30/11/06

Castelos de areia

"Um beijo sonhado a desperta,
Em teu abraço bela adormecida,
Fora outrora seu castelo.
E então era tua. Mas tu não dela.

Castelo de areia desaba
E num sopro desaparece.
Em seu sonho bela adormecida,
Sem teu beijo adormece."
Joana_Pombo
© Reservado a direitos de autor


19/11/06

Fenix: Psicologia e Mito

"In ancient Egyptian mythology and in myths derived from it, the phoenix is a mythical sacred firebird. Said to live for 500 or 1461 years (depending on the source), the phoenix is a bird with beautiful gold and red plumage. At the end of its life-cycle the phoenix builds itself a nest of cinnamon twigs that it then ignites; both nest and bird burn fiercely and are reduced to ashes, from which a new, young phoenix arises. The new phoenix embalms the ashes of the old phoenix in an egg made of myrrh and deposits it in the Egyptian city of Heliopolis ("the city of the sun" in Greek). The bird was also said to regenerate when hurt or wounded by a foe, thus being almost immortal and invincible — a symbol of fire and divinity." In: http://en.wikipedia.org/wiki/Phoenix_(mythology)
Desde os ejípsios até ao gregos passando por muitos outros povos "do mundo antigo" este pássaro mítico aparece como um símbolo da eternidade e da vida após a morte.
O mais recente conceito para esta simbologia surgiu com o cristianismo onde se estabelece uma associação do mesmo ao renascimento espiritual (ressurreição) o que, em última análise, não será uma ideia tão surreal quanto isso.
Ora numa (talvez pouco científica) tentativa de análise da evolução do pensamento humano no mundo ocidental relativamente às questões que envolvem a morte e o sentido da vida poderemos encontrar como possíveis "pontos de viragem":
- A mudança que se deu na forma de pensamento do Homem Grego (durante a transição do período arcaico para o clássico) onde a negação do divino como entidade que gere a vida do Homem lhe permitiu compreender que as suas acções são da sua inteira responsabilidade pois é um ser livre, tem a possibilidade de escolher e de pensar por si próprio. Todo este conjunto de constatações originou profundos dilemas psicológicos pois, torna-se difícil gerir a própria vida sem os vectores orientadores que o divino proporciona.
- O surgimento do próprio cristianismo que proporciona os tais vectores orientadores no que se refere às questões da morte bem como o sentido da própria vida. Seria na idade média que este vector orientador teria uma das suas mais acentuadas expressões.
- O período do Renascimento onde se retomam algumas ideias da "Grécia antiga" voltando a dar ênfase a vectores orientadores que estavam (Talvez) "postos na gaveta".
Colocando as questões religiosas um pouco de lado, poderemos (talvez) encontrar neste pássaro uma simbologia que traduza a necessidade do Homem de se reinventar "renascendo das próprias cinzas". Será então este o motor da evolução humana que poderá surgir aqui não tanto em termos darwinistas mas mais sob o ponto de vista psicológico, do surgimento de novas ideias ou reciclagem das já existentes.
Em última análise seria um símbolo do crescimento pessoal (um crescimento psicológico, aquisição de maturidade ou mesmo mudança de filosofia de vida) traduzindo a necessidade (mais ou menos acentuada) que cada ser humano tem de se reencontrar e "renascer" a cada momento não perdendo, contudo, a sua "estrutura de base". Que pode ser interpretada em termos cognitivos ou mesmo de traços de personalidade.

16/11/06

Fernando Pessoa (Álvaro de Campos)

"Todas as cartas de amor são
Ridículas.
Não seriam cartas de amor se não fossem
Ridículas.


Também escrevi em meu tempo cartas de amor,
Como as outras,
Ridículas.

As cartas de amor, se há amor,
Têm de ser
Ridículas.

Mas, afinal,
Só as criaturas que nunca escreveram
Cartas de amor
É que são
Ridículas.

Quem me dera no tempo em que escrevia
Sem dar por isso
Cartas de amor
Ridículas.

A verdade é que hoje
As minhas memórias
Dessas cartas de amor
É que são
Ridículas.

(Todas as palavras esdrúxulas,
Como os sentimentos esdrúxulos,
São naturalmente
Ridículas.) "

http://www.revista.agulha.nom.br/pessoa.htmlk


12/11/06

Preguiça

Fazer ou não fazer a ponta d'um corno? Eis a questão! Pois é... Há dias assim... E depois é lixado :P

11/11/06

Frank Sinatra: "Singing in the rain"


"Doo-dloo-doo-doo-doo
Doo-dloo-doo-doo-doo-doo
Doo-dloo-doo-doo-doo-doo
Doo-dloo-doo-doo-doo-doo...

I'm singing in the rain
Just singing in the rain
What a glorious feelin'
I'm happy again
I'm laughing at clouds
So dark up above
The sun's in my heart
And I'm ready for love
Let the stormy clouds chase
Everyone from the place
Come on with the rain
I've a smile on my face
I walk down the lane
With a happy refrain
Just singin',
Singin' in the rain

Dancin' in the rain
Dee-ah dee-ah dee-ah
Dee-ah dee-ah dee-ah
I'm happy again!
I'm singin' and dancin' in the rain!

I'm dancin' and singin' in the rain... "

Anoitecia

Anoitecia. O sol poisava suavemente sobre as águas do Tejo em jeito de despedida tendo o céu rosado como fundo, onde flutuavam pedaços de nuvens ali deixados pelo vento. A cidade acalmava lentamente após o frenesim deste dia interminável mergulhando suavemente no silêncio da noite.
E da minha janela, saltitando alegremente no passeio, via um pardalito que, subitamente, abriu as suas asitas elevando o corpo leve acima dos meus olhos e voou. Então, abri a janela e voei também, seguindo-o. Voei acima das casas, do rio, das nuvens… Até ao limite do céu tentando tocar o infinito e alcançar a lua que então se erguera, majestosa, sob o céu negro, ofuscando o brilho das estrelas.
Depois de ter fechado momentaneamente os olhos por culpa de uma “rabanada” impertinente de vento perdi-me. Tal como havia acontecido connosco, empurrados para direcções opostas por culpa das “rabanadas” da vida. Voei… Voei então sobre a cidade procurando por ti. Tentando adivinhar qual daquelas luzinhas mínimas seria a tua casa. Revirando as ideias e tentando adivinhar onde (ou mesmo se) te encontraria. Revolvi tudo, levantando cada pedra, inspeccionando cada esquina, cada canto, numa busca incessante e desesperada, mesmo sabendo que provavelmente nunca iria encontrar aquilo que procurava porque, decerto, já fora encontrado por outrem.
Então, de passagem pelo “nosso lugar” resolvi poisar para dar uma olhadela… Estava diferente, feio, frio. Já não era o “nosso lugar”. Então chorei. Era apenas um lugar comum, normal, vazio. Vazio de sentimentos, das palavras que dizíamos. Vazio das emoções que outrora o haviam tornado o nosso lugar. Um lugar vulgar, que poderia ser o lugar de qualquer uma das pessoas que por ali passavam diariamente. Decidi sair dali.
Então regressei, exausta. Pairava agora sobre o rio. A linha do horizonte deixava agora descobrir o sol preguiçoso que acabara de acordar espreguiçando-se por entre as janelas entreabertas das casas e dando lugar a um novo dia.
Lentamente, a cidade despertava despertando-me a mim. Depois de uma noite fervilhante, durante a qual meu coração teve asas e voou. Voou… Até ao limite do céu tocando o infinito. E poisando na lua.

Just_me
© Reservado a direitos de autor

09/11/06

08/11/06


As famosas bolachas! (Ricas em fibra) ... tcharaaaaan

07/11/06

Simplesmente

"Chlap chapinho chove a potes,
(Mais houvesse mais caía!!)
Vento veio voou chapéu
(talvez atrás da cabeça...)
Nadando corro procuro um tecto
(vã tentativa de fuga)

Chave à porta, suspiro encharcado
(sou toda chuva, pensamento lavado)
Na janela tons esbatidos, acinzentados
(afasta-se um vulto)

Chocolate Quente? E porque não!
À lareira, um amigo e um abraço."

Joana_Pombo
© Reservado a direitos de autor


02/11/06

Rui Veloso:“A Paixão”

"Tu eras aquela que eu mais queria
P'ra me dar algum conforto e companhia
Era só contigo que eu sonhava andar
P'ra todo o lado e até quem sabe?
Talvez casar

Ai o que eu passei, só por te amar
A saliva que eu gastei para te mudar
Mas esse teu mundo era mais forte do que eu
E nem com a força da música ele se moveu

Refrão:
Mesmo sabendo que não gostavas
Empenhei o meu anel de rubi
Para te levar ao concerto
Que havia no rivoli

Era só a ti que eu mais queria
Ao meu lado no concerto nesse dia
Juntos no escuro de mão dada a ouvir
Aquela música maluca sempre a subir

Mas tu não ficaste nem meia-hora
Não fizeste um esforço p'ra gostar e foste embora
Contigo aprendi uma grande lição
Não se ama alguém que não ouve a mesma canção

(Refrão)

Foi nesse dia que percebi
Nada mais por nós havia a fazer
A minha paixão por ti era um lume
Que não tinha mais lenha por onde arder

(Refrão)"