06/09/07


Judy Garland (Feitiçeiro de Oz)
"Somewhere over the rainbow way up high
There's a land that I've heard of once in a lullaby
Somewhere over the rainbow skies are blue
And the dreams that you dare to dream
Really do come true

Some day I'll wish upon a star
And wake up where the clouds are far behind me
Where troubles melt like lemon drops
Away above the chimney tops
That's where you'll find me

Somewhere over the rainbow blue birds fly
Birds fly over the rainbow
Why then, oh why can't I?
If happy little bluebirds fly beyond the rainbow
Why oh why can't I? "

03/09/07

"Médicos querem que portugueses usem mais preservativos
03.09.2007 - 08h54 Alexandra Campos, Andrea Cunha Freitas


Apesar dos inegáveis avanços verificados ao nível do planeamento familiar e da contracepção ao longo dos últimos anos, os portugueses continuam avessos à utilização de preservativos. Prova disso é o facto de, na última década, a percentagem de adeptos deste método se ter mantido quase inalterada, rondando uns meros 14 por cento.

Os principais resultados do 4.º Inquérito Nacional de Saúde (INS) recentemente divulgados apontam para uma percentagem de 13,4 por cento de utilizadores quando no último Inquérito à Fecundidade e Família (de 1997) era de 14 por cento.

"Não houve grandes avanços" ao longo da última década, reconhece Duarte Vilar, da Associação para o Planeamento da Família. E aponta o exemplo dos espanhóis, que elegem este método como favorito.

O país vizinho também serve de comparação para a Coordenação Nacional para a Infecção VIH/Sida, que no último relatório de actividades nota que em 2005 se venderam em Portugal 16,1 milhões de preservativos, mais 2,48 por cento do que em 2004, mas "ainda longe dos 129,5 milhões de preservativos vendidos em Espanha para o mesmo período". O que se traduz num "consumo anual médio per capita de 3,1 em Espanha e 1,6 em Portugal".

Ainda que os dois estudos referidos não sejam estritamente comparáveis (porque o Inquérito de Saúde não exclui os casos de mulheres sem actividade sexual, grávidas, inférteis), permitem perceber que a pílula continua a ser, de longe, o método contraceptivo de eleição. Aliás, a percentagem de utilizadoras também quase não variou entre 1997 (67 por cento) e o último INS (65,9 por cento).

Razões culturais

Como se justifica que os portugueses continuem a torcer o nariz ao uso de preservativos? "Não tenho explicações. Tem a ver com a história contraceptiva de cada país. E os portugueses aderiram muito à pílula desde o início da sua comercialização", aventa o sociólogo.

Também com dificuldade em encontrar justificações para esta resistência, Henrique Barros, responsável pela Coordenação Nacional para a InfecçãoVIH/Sida, admite, porém, que o preço elevado possa funcionar como um entrave. É verdade que os preservativos são caros em Portugal, como já concluiu este organismo, que calculou que o preço mediano oscila entre os 55 cêntimos nas grandes superfícies e os 81 nas parafarmácias e está agora a negociar a venda a custos mais reduzidos. Mas esta não será a única explicação."Depois, há uma série de questões culturais e crenças que também temos de considerar", diz, admitindo que uma grande percentagem dos adolescentes dispense o preservativo por acreditar que o parceiro é fiel.

Duarte Vilar lembra, mesmo assim, que, com a questão da sida e outras infecções sexualmente transmissíveis, o uso do preservativo mais do que duplicou sobretudo nas gerações mais jovens, no período compreendido entre 1980 (primeiro inquérito à fecundidade) e 1997. Mas continua muito baixo. "Este é o primeiro método usado por muitos jovens, que rapidamente mudam para a pílula, quando estabilizam as relações", justifica.

Quanto à baixa adesão ao preservativo nas outras faixas etárias, Henrique Barros acredita que o facto de a geração das pessoas que hoje têm 30, 40, 50 anos ter crescido na ideia de que a maioria das doenças sexualmente transmissíveis se trata com antibióticos pode ser uma das respostas. "É um dado adquirido que os portugueses usam pouco o preservativo", reconhece Jorge Branco, coordenador do Programa Nacional de Saúde Reprodutiva, que quer avançar em Outubro com uma campanha de sensibilização também para os homens.

Mais do que o risco de uma gravidez involuntária, o obstetra Miguel Oliveira e Silva valoriza o perigo das DST. E dá o exemplo da elevada taxa de cancro do colo do útero em Portugal, que acaba por ser um dos piores reflexos deste comportamento dos portugueses. "Em vez de colocarmos toda a ênfase na vacina contra esta doença, deveríamos investir em campanhas do uso do preservativo". "


http://ultimahora.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1303912